Em Goiás: Polícia indicia dez funcionários da Saneago pela morte de trabalhador

Segundo o inquérito, a Saneago não previa risco de afogamento para os funcionários e não ofereceu equipamentos de segurança, como colete salva vidas. 


A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o afogamento de um funcionário da Saneago durante a medição do Rio Meia Ponte, em Goiânia. Segundo as investigações, dez funcionários da empresa foram responsáveis pela morte de Flávio Leonel Moraes, de 36 anos, que aconteceu há cinco meses.

Depoimentos de testemunhas e a realização de quatro laudos periciais ajudaram, segundo a polícia, a concluir o inquérito da morte. Segundo o documento, a Saneago não previa risco de afogamento para os funcionários.

O EPI [Equipamento de Proteção Individual] adequado seria o colete salva-vidas e que houve uma omissão por não prever esses risco de afogamento", disse o delegado Wellington Lemos .

O presidente da Saneago, Ricardo Soavinski, disse que a empresa tomou todas as medidas para evitar novos acidentes e que tem uma sindicância interna para apurar o que houve. No entanto, não comentou se algo será feito contra os funcionários indiciados.

"As medidas preventivas para que não acontecesse mais, todas foram tomadas nesta gestão", disse Soavinski.

Entre os dez funcionários responsabilizados pelo acidente, estão o diretor de produção, dois superintendentes de meio ambiente e recursos hídricos, o gerente de pesquisa e monitoramento de recursos hídricos, além de um supervisor de hidrologia, o chefe imediato da vítima e outras quatro pessoas da equipe de segurança do trabalho.

Ainda segundo o delegado, os dez indiciados vão responder por homicídio culposo, quando não há intenção. Wellington Lemos não divulgou o nome dos denunciados. Sem as identificações, o G1 não conseguiu ter acesso aos denunciados e possíveis defesas.

As investigações apontam que eles erraram em não fornecer colete salva vidas para o funcionário e por não oferecer treinamento adequado para aquele tipo de função.

Também foi incluída na investigação uma reportagem do Jornal O Popular de outubro de 2018, que mostra funcionários da Saneago, incluindo Flávio, trabalhando de barco sem colete salva vidas.

No dia 11 de abril, Flávio Leonel fazia o monitoramento da vazão do Meia Ponte quando a correnteza arrastou o barco pra um ponto de queda de água.

O corpo de Flávio foi encontrado dois dias depois. A polícia apurou que os funcionários estavam trabalhando sem os equipamentos de segurança.

A conclusão do inquérito é visto como um alívio pela mulher de Flávio, que acompanhou a apresentação feita pela polícia emocionada.

O advogado da família da vítima, Daniel Naves, comentou a conclusão do inquérito: “Não vai trazer a vítima de volta, mas vai minimizar um pouco o sofrimento da família através de indenizações e até pensões vitalícias para sua esposa e seus filhos”, disse. As informações são G1.

Postar um comentário

0 Comentários